Super Quarta: PIB dos EUA surpreende, mas foco está nas decisões de juros aqui e lá fora
Enquanto os Estados Unidos mostram sinais de recuperação no segundo trimestre, o Brasil caminha para mais uma decisão controversa de política monetária.
Carolina Vargas
7/30/20252 min read


Nesta Super Quarta, os olhares do mercado se voltam para as decisões do FOMC (nos EUA) e do COPOM (no Brasil), com ambos os comitês reunidos para definir os rumos da taxa de juros em seus respectivos países.
Do lado norte-americano, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 3,0% no segundo trimestre, superando as expectativas e revertendo a contração vista no início do ano. Apesar do número positivo, o crescimento ainda reflete distorções temporárias e um consumo interno mais moderado, o que deve manter o Fed cauteloso. A expectativa geral é que os juros sejam mantidos no patamar atual, com cortes sendo reavaliados somente nos próximos meses.
Brasil: política monetária excessivamente restritiva?
Por aqui, a situação é diferente — e, na minha visão, preocupante. O Copom deve manter a taxa Selic em 15% ao ano, mesmo diante de uma inflação que claramente já está em trajetória de convergência para a meta. O IPCA acumula desaceleração consistente, diversos núcleos estão controlados, e a inflação de serviços começa a responder aos estímulos restritivos do passado.
Manter a Selic nesse patamar é um erro estratégico. O país já convive com uma das maiores taxas reais de juros do mundo, o que sufoca o consumo, freia o crédito e penaliza os investimentos produtivos. A sinalização de continuidade nesse aperto monetário gera efeitos colaterais desnecessários, especialmente em um momento em que o cenário fiscal ainda depende de crescimento para sustentar a arrecadação.
É preciso lembrar: juros altos não resolvem desequilíbrios fiscais, nem reduzem incertezas políticas.
Efeitos nos mercados
O Ibovespa segue pressionado, negociando em região crítica de suporte. A perda dessa faixa pode confirmar um processo de distribuição macro, com riscos de novas quedas mais acentuadas. A leitura dos gráficos aponta que os institucionais já vêm se posicionando com cautela, possivelmente antecipando esse cenário.
No câmbio, o dólar permanece em zona de congestão, sugerindo uma possível fase de acumulação por parte dos players institucionais. Em um ambiente global volátil, com tarifas e incertezas geopolíticas em jogo, o dólar pode voltar a ganhar força como proteção.
Conclusão
Hoje é um dia chave. As decisões de juros podem não trazer surpresas nas taxas em si, mas a comunicação dos bancos centrais será decisiva para o sentimento do mercado nos próximos dias.
No Brasil, o recado do Copom terá peso. É hora de reavaliar se a postura de rigidez extrema faz sentido diante de uma inflação que já aponta para a meta — ou se estamos travando a economia em nome de um conservadorismo monetário fora de contexto.
⚠️ Aviso Legal
Este conteúdo possui fins exclusivamente educativos e informativos. As opiniões aqui expressas refletem minha visão pessoal e não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos.
Não sou analista de valores mobiliários e o site Radar Preditivo não realiza qualquer tipo de assessoria ou consultoria de investimentos.
Invista com consciência. Estude, questione e busque sempre embasamento antes de tomar qualquer decisão financeira.
Carolina Vargas - Radar Preditivo
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