Lula fala em truco, mas Haddad descarta retaliação: Brasil tenta manter equilíbrio diante do tarifaço de Trump

Com tarifas de 50% prestes a entrar em vigor no dia 1º de agosto, governo brasileiro adota tom moderado e busca alternativas diplomáticas. Enquanto isso, incerteza paira sobre a relação comercial com os EUA.

RADAR ECONOMIA

Carolina Vargas

7/26/20253 min read

a man riding a skateboard down the side of a ramp
a man riding a skateboard down the side of a ramp

Em meio ao crescente impasse comercial com os Estados Unidos, o presidente Lula afirmou em tom bem-humorado que “é bom de truco”, sugerindo que ainda há espaço para manobra política e diplomática. Porém, longe das metáforas, o governo brasileiro sinaliza que não pretende responder com retaliação direta às tarifas impostas por Donald Trump.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta semana que “retaliar na mesma moeda não está na ordem de considerações”, reforçando que o Brasil não quer adotar medidas que encareçam insumos ou prejudiquem a economia interna. O país busca manter a estabilidade econômica em meio ao ciclo de desinflação e recuperação do consumo.

📆 Contagem regressiva para o impacto

As declarações do governo acontecem às vésperas de 1º de agosto, data em que as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros devem entrar em vigor oficialmente, segundo anúncio feito por Donald Trump em carta enviada ao governo brasileiro.

A carta, que circulou entre os ministérios da Economia e das Relações Exteriores, cita inclusive questões políticas e geopolíticas como justificativas para as medidas — incluindo o papel do Brasil nas cadeias produtivas globais e seu relacionamento com países como China e Rússia.

♟️ Um jogo maior está em curso?

Apesar de tentativas de negociação e apelos formais ao governo norte-americano, nenhum avanço foi registrado até agora. A percepção dentro do governo brasileiro é que Trump pode estar usando a estratégia da incerteza como arma geopolítica, desestimulando investimentos e pressionando setores estratégicos da economia brasileira — como aço, alumínio, energia e alimentos.

Fontes próximas ao Itamaraty avaliam que a medida tem objetivos mais amplos, entre eles:

  • Forçar o Brasil a se distanciar de alianças com potências emergentes como China e Rússia;

  • Desgastar a imagem da atual gestão política às vésperas das eleições de 2026;

  • Manter o controle americano sobre cadeias críticas, como minerais estratégicos e produtos agrícolas.

📉 Impacto sobre economia e mercados

Enquanto o governo adota cautela, o mercado reage com preocupação crescente. Empresários temem perda de competitividade e aumento de custos, além da instabilidade que pode afetar investimentos e o fluxo de comércio bilateral.

No tabuleiro global, o Brasil tenta preservar sua autonomia e moderação.
Mas o relógio corre — e o impacto do tarifaço começa a se aproximar da realidade.

📉 Ibovespa testa região crítica

Falando de mercado, o Ibovespa negocia atualmente em um ponto técnico crucial. A perda da região dos 132.000 pontos pode representar a confirmação de um processo de distribuição macro, segundo leituras baseadas em fluxo institucional e metodologia Wyckoff.

Esse padrão sugere que investidores institucionais vêm usando a fase recente de lateralização e euforia seletiva para distribuir posições em ativos estratégicos, especialmente após o forte rali entre no início de 2025.

💵 Dólar mostra possível acumulação

No mercado cambial, o dólar apresenta sinais de congestão com possível fase de acumulação pelos players institucionais. A atuação defensiva em regiões de suporte, combinada com aumento pontual de volume, levanta a possibilidade de movimentos mais fortes à frente.

Com o cenário externo pressionado e a falta de clareza sobre a resposta do Brasil às tarifas americanas, o dólar pode assumir papel de proteção estratégica em carteiras institucionais.

⚠️ Conclusão: cautela é palavra-chave

Entre truques de truco, cartas geopolíticas e movimentos técnicos silenciosos, o investidor atento entende: a cautela se impõe.

  • A economia brasileira tenta se manter em rota de recuperação,

  • Mas o cenário externo traz variáveis complexas — e altamente estratégicas.

  • E a leitura preditiva dos gráficos sugere: algo maior pode estar se desenhando nos bastidores.

Fique atento aos sinais.

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Este conteúdo possui fins exclusivamente educativos e informativos. As opiniões aqui expressas refletem minha visão pessoal e não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos.

Não sou analista de valores mobiliários e o site Radar Preditivo não realiza qualquer tipo de assessoria ou consultoria de investimentos.

Invista com consciência. Estude, questione e busque sempre embasamento antes de tomar qualquer decisão financeira.