Inflação: Já Está Sob Controle? Uma Análise Além da Superfície
A inflação já está sob controle ou ainda há riscos relevantes no radar? Neste estudo, avaliamos os pontos a favor e contra a tese de que a Selic já ultrapassou o necessário. Destacamos o comportamento dos juros futuros, a desaceleração econômica e a queda nos custos logísticos — mas também alertamos para fatores-chave que ainda podem mudar o jogo, como o dólar, o tarifaço dos EUA e os conflitos no Oriente Médio. Um conteúdo para quem busca entender o cenário além das manchetes.
RADAR ECONOMIA
Carolina Vargas
7/17/20253 min read


A discussão sobre o rumo da inflação e da taxa Selic no Brasil continua no centro das atenções. Enquanto o mercado se divide entre otimismo e cautela, os contratos de juros futuros começam a mostrar sinais de possível distribuição (DI1F26, DI1F27, DI1F28), sugerindo que os grandes investidores podem estar se antecipando a um novo ciclo de corte de juros.
Mas será que a inflação realmente está controlada? A resposta exige uma leitura cuidadosa, equilibrando os pontos a favor e contra essa tese.
📌 O Que Apoia a Tese de Inflação Sob Controle?
1. Juros Futuros em Padrão de Distribuição
Os contratos de juros, como o DI1F27, mostram padrões técnicos que sugerem que os profissionais estão reduzindo posições compradas em taxa. Isso pode sinalizar que o mercado já enxerga um cenário menos inflacionário à frente.
2. Desaceleração da Atividade Econômica
O IBC-Br mais recente apontou uma retração de 0,7%, reforçando a leitura de que a política monetária já produziu seus efeitos. Com o consumo desacelerando e o crédito mais restrito, a inflação tende a ceder naturalmente.
3. Inflação Internacional em Queda
EUA: A inflação vem recuando, com o núcleo bem mais comportado.
Europa: A desaceleração continua mesmo com estímulos retirados.
China: Enfrenta deflação, contribuindo para um cenário global menos inflacionário.
Essa conjuntura global mais branda colabora para um ambiente de menor pressão de preços também no Brasil.
4. Oferta Interna em Expansão
Com o comércio internacional em ritmo mais lento e barreiras comerciais crescendo, mais produtos permanecem no mercado interno. Maior oferta deve ajudar a conter preços.
5. Febre de Fevereiro?
O IPCA de fevereiro apresentou uma alta mais intensa, que pode ter sido sazonal. Um ponto fora da curva? A forte alta de 1,31% distorce a média anual. Quando olhamos o conjunto de dados, o IPCA vem perdendo força gradualmente. No entanto, é importante acompanhar os próximos meses antes de qualquer conclusão definitiva.
6. Queda nos Custos Logísticos e de Transporte
Após um período crítico entre 2020 e 2022, marcado por escassez de containers, portos congestionados e custos logísticos disparando, o cenário atual é bem diferente.
📉 Índices como o Containerized Freight Index e o Baltic Dry Index vêm recuando, indicando que os custos de transporte marítimo e escoamento de mercadorias estão em patamares mais baixos — o que reduz pressões de custo sobre produtos importados e exportados.💡 Essa normalização logística contribui para moderar o repasse de preços e reforça o argumento de que a inflação estrutural tende a perder força, especialmente num ambiente de menor demanda global.
⚠️ O Que Pode Colocar Essa Tese em Xeque?
1. Dólar no Radar
O tarifaço anunciado pelos EUA, com alíquotas de até 50% sobre produtos brasileiros, reacende temores de uma recessão no comércio global. Para o Brasil, cuja economia depende fortemente da exportação de commodities, isso pode trazer efeitos relevantes:
Redução do superávit comercial, com menor entrada de dólares;
Pressão sobre o real (valorização do dólar);
Repasse cambial nos preços internos, elevando o custo de produtos importados e insumos.
🔍 O câmbio, portanto, torna-se um ponto de atenção central para entender os próximos movimentos da inflação.
2. Conflitos Geopolíticos e o Petróleo
O acirramento dos conflitos no Oriente Médio representa mais uma variável crítica. Qualquer escalada bélica na região pode:
Reduzir a oferta global de petróleo;
Elevar os preços internacionais da energia;
Impactar diretamente os custos logísticos e de produção em cadeia.
⚠️ Essa variável não está sob controle e tem potencial de alterar de forma significativa a dinâmica inflacionária global — inclusive no Brasil.
🔍 Conclusão do Radar Preditivo: Monitorar é Fundamental
A análise técnica, os fundamentos econômicos e o comportamento dos contratos futuros sugerem que o ciclo de alta da Selic pode ter ido longe demais. No entanto, existem variáveis-chave que ainda exigem atenção constante, como:
A trajetória do dólar;
As tensões geopolíticas;
O comportamento do petróleo e das commodities;
O impacto do tarifaço na balança comercial brasileira.
💡 O cenário é complexo — e exige uma leitura de bastidores, não apenas de manchetes. O método Radar Preditivo segue atento, rastreando o que os grandes investidores estão fazendo, pois, como sabemos: eles nunca erram — apenas se antecipam.
⚠️ Aviso Legal
Este conteúdo possui fins exclusivamente educativos e informativos. As opiniões aqui expressas refletem minha visão pessoal e não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos.
Não sou analista de valores mobiliários e o site Radar Preditivo não realiza qualquer tipo de assessoria ou consultoria de investimentos.
Invista com consciência. Estude, questione e busque sempre embasamento antes de tomar qualquer decisão financeira.
Carolina Vargas - Radar Preditivo
Aqui você aprende como prever o curso futuro do mercado.
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